Quando foi a última vez que você fracassou?
Eu não quero dizer quando você estragou tudo – eu quis dizer quando você fracassou. Genuinamente fracassou. Talvez você não tenha se saído tão bem no trabalho quanto você queria. Ou talvez você tenha esperado ter uma conversa em casa, e quando finalmente chegou a hora de tê-la, você perdeu a calma. Ou você definiu algum tipo de objetivo pessoal que, não importa o quanto tente, você não consegue alcançá-lo.
E você fracassou. Às vezes, esse fracasso é apenas algo que você jogou para o passado – é apenas outra meta ou outra conversa ou algo qualquer. Mas às vezes, quando você realmente investe em algo ou em alguém, e essa experiência falha, isso se apega a você. Você não consegue fugir disso. Mesmo que você não esteja sempre falando sobre o que aconteceu, ainda assim aquilo nunca se afasta da sua memória, e quando você encontra um momento tranquilo, você é trazido de volta àquele momento em que você percebe que realmente, inegavelmente, irremediavelmente fracassou.
Isso machuca. E isso machuca repetidas vezes. O fracasso é uma carga emocional pesada, mas ele também pode ser um ótimo professor. Talvez, na verdade, o melhor professor.
É claro, nós podemos olhar para o aprendizado que ganhamos com o fracasso de uma maneira pragmática – nós podemos examinar o quê fizemos de errado e então tomar uma ação corretiva para nos assegurarmos de não repetir o mesmo erro. Mas há também um profundo aspecto espiritual de auto exame. Quando pensamos sobre nossas almas, nossa busca permanente por Jesus – o fracasso também é um grande professor nisso.
Aqui, então, têm três maneiras, de um ponto de vista espiritual, para lidar com a sua falha:
Ser definido por Jesus
A profundidade da dor e da decepção que sentimos quando fracassamos é diretamente proporcional ao quanto nós investimos na situação em que falhamos. Quando sentimos nosso fracasso profundamente, é algo sintomático do fato que despejamo-nos profundamente neste esforço. Isso é algo bom e correto – nós somos libertos através de Jesus para darmos aos nosso corações e às nossas almas a metas que trazem honra a Ele. E ainda assim, essa busca pode facilmente ir mal.
O ponto de inflexão é quando começamos a encontrar nossa autoestima, nossa identidade e nossa alegria definitiva resumida na conquista de um objetivo pessoal. Essa é nossa tendência natural – sempre procurar algo, diferente de Jesus, para medir a nós mesmos e o nosso valor. Quando fracassamos, então, temos a oportunidade de lembrarmo-nos, através do poder do Espírito Santo, que fomos definidos, uma vez por todas, pelo Filho de Deus e por Seu amor por nós. Quando estivermos despidos de todas as outras marcas da autoestima e da aprovação, ainda haverá Jesus.
O fracasso é uma oportunidade de ser lembrado que Ele é suficiente.
Crescer em gratidão
Isso parece contraintuitivo, não é? Quando fracassamos, a última coisa que geralmente pensamos, é que devemos ser gratos por isso. Mas aqui também, vemos que o fracasso é nosso tutor, pois quando estamos profundamente frustrados, a gratidão se torna mais que um sentimento. Torna-se uma escolha.
Nos ajuda a lembrar que a Bíblia nos ordena a não apenas sermos gratos, mas a dar graças. Às vezes nossos sentimentos se alinham com essa ordenança, mas também há momentos em que a gratidão se torna uma disciplina. Nós devemos crer e ir além dos nossos sentimentos, nos engajando ativamente nesta disciplina. Não há momento melhor, para desenvolver o hábito da gratidão do que no meio do fracasso.
Olhe para os outros
A última maneira que eu sugiro para lidarmos com nosso fracasso é usá-lo como uma oportunidade de servir os outros. Isso é difícil (pelo menos pra mim), pois o fracasso quase sempre faz com que nos fechemos em nós mesmos. Quando fazemos isso, um ciclo vicioso se inicia. É um ciclo marcado por ódio a si mesmo, autocondenação e egocentrismo. Esta é a parte mais irônica de todas.
Quando nos entregamos a tais sentimentos, estamos, de maneira oposta, nos concedendo orgulho, por causa do foco exclusivo em nós mesmos. O fracasso é uma oportunidade para renovar nosso compromisso com a implicação do Evangelho em recusarmo-nos a pensar em nós mesmos em primeiro lugar e a pensar nos outros antes.
Você irá fracassar. Assim como eu. Mas graças sejam dadas a Deus – no nosso fracasso, nós realmente encontramos uma oportunidade para ser definidos por Jesus, crescer em gratidão e olhar para os outros. Então, amigos, enquanto eu escrevo isso, também escrevo para a minha alma. O melhor a se fazer pode não ser deixar a frustração muito rapidamente, pois se fizermos isso, perdemos o dom que Deus nos dá no meio fracasso.
Tradução: Felipe Stein
Revisão: Hélio Sales
Você pode ler o texto original aqui.